segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Países árabes pedem que EUA investiguem denúncias feitas por Wikileaks


Plantão | Publicada em 25/10/2010 às 10h49m
BBC Wikileaks sugere que EUA ignoram denúncias de abusos no Iraque

O Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico, grupo que inclui seis países árabes, pediu aos Estados Unidos que investiguem detalhes de supostos abusos que teriam sido cometidos contra os direitos humanos no Iraque veiculados no site especializado em vazamento de informações Wikileaks.
Os documentos do site sugerem que as Forças Armadas americanas ignoraram casos de tortura praticada pelas tropas iraquianas, além de se omitir de "centenas" de mortos de civis em postos de controle.
Em um comunicado, o secretário-geral do grupo, Abdulrahman al-Attiyah, disse que os EUA são responsáveis pelas supostas torturas e assassinatos.
O conselho é formado pela Arábia Saudita, Kuwait, Oman, Catar, Bahrein e Emirados Árabes.
O Pentágono disse que não tem intenção de reinvestigar os abusos.
O material divulgado pelo Wikileaks - considerado o maior vazamento de documentos secretos da história - comprova que os Estados Unidos mantiveram registros de mortes de civis, embora já tenham negado esta prática.
Ao todo, foram divulgados registros de 109 mil mortes, das quais 66.081 teriam sido civis.
No fim de semana, o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, acusou o site de tentar sabotar suas chances de reeleição e criticou o que chamou de "interesses políticos por trás da campanha midiática que tenta usar os documentos contra líderes nacionais".
Maliki, representante da etnia xiita, tenta se manter no poder depois das eleições parlamentares ocorridas em março, no qual nenhum partido obteve maioria. As negociações entre as diversas facções para formar uma coalizão prosseguem.
Seus oponentes sunitas dizem que os papeis divulgados pelo Wikileaks destacam a necessidade de estabelecer um governo de coalizão, em vez de concentrar todo o poder nas mãos de al-Maliki.
Tortura
Muitos dos 391.831 relatórios Sigact (abreviação de significant actions, ou ações significativas, em inglês) do Exército americano aparentemente descrevem episódios de tortura de presos iraquianos por autoridades do Iraque.
Em alguns deles, teriam sido usados choques elétricos e furadeiras. Também há relatos de execuções sumárias.
Os documentos indicam que autoridades americanas sabiam que estas práticas vinham acontecendo, mas preferiram não investigar os casos.
O porta-voz do Pentágono Geoff Morrell disse à BBC que, caso abusos de tropas iraquianas fossem testemunhados ou relatados aos americanos, os militares eram instruídos a informar seus comandantes.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Chinês que ganhou Nobel da Paz recebe agora comida melhor

Plantão |

PEQUIM - As autoridades penitenciárias começaram a dar melhores alimentos ao ganhador do Prêmio Nobel da Paz 2010 Liu Xiaobo, assegurou nesta terça-feira a esposa do dissidente, Liu Xia, que foi submetida a restrições sobre com quem pode se reunir e deve ser escoltada por policiais cada vez que sai de casa.
Liu Xia disse em entrevista por telefone com a Associated Press que o irmão de seu marido lhe disse que a prisão começou a proporcionar uma comida melhor desde segunda-feira.
Ela disse que foram servidos a Liu Xiaobo alimentos preparados individualmente, acompanhados de arroz no lugar de uma porção de alimentos oferecida para muitos presos que costuma ser de má qualidade.
Mas não houve indícios imediatos de que alguma das outras das condições carcerárias que Liu enfrenta tenha melhorado.
As autoridades permitiram uma breve reunião do casal no domingo na prisão, entre lágrimas, mas Liu Xia disse que ela e muitos de seus amigos têm estado sob estreita vigilância desde sexta, quando foi anunciado o prêmio.
Foram colocados guardas de segurança fora de seu apartamento em Pequim e não lhe é permitido receber visitas de ninguém, exceto de seus dois irmãos.
- Não estou autorizada para me reunir com a imprensa ou com amigos. Se tenho que fazer alguma tarefa cotidiana, como visitar minha mãe ou comprar comida, tenho que ir em seu veículo (um carro da polícia) - disse Liu Xia, que falou por um telefone celular nove que lhe trouxe um de seus irmãos depois que a polícia devolveu o anterior, mas sem funcionar.